De fogão em fogão é um dos mais importantes títulos saídos da incansável criatividade de Jayme Caetano Braun (1924-1999), este payador que tanto no rádio, improvisando, como em mais de uma dezena de livros deu um Rio Grande do Sul mítico filtrado por uma linguagem tão lírica quanto evocativa, quanto fiel ao imaginário de um território dividido historicamente por guerras de fronteiras. Cenário de homens cuja simples sobrevivência já era, em si, uma forma de se digladiarem com a própria vida, dessa raiz o poeta se nutre para expressar em versos regulares de sete sílabas, rimados, tudo o que compõe esse microcosmo: o campo, as aves, os fiéis cavalo e cachorro, sempre juntos ao cavaleiro capaz de vencer léguas e resistir tanto à solidão como à saudade. Saudade que este volume aplaca em todos aqueles capazes de reconhecer uma voz poderosa quando se trata de traduzir muito de nossa terra e de nossa gente.
Sobre o Autor: Jayme Caetano Braun nasceu em 30/01/1924, em Timbaúva, à época distrito de São Luís Gonzaga (hoje Bossoroca). Falecido em Porto Alegre, a 8/07/1999. Poeta e radialista, autor de inúmeros clássicos da poesia popular gaúcha, tornou-se, mais que um nome, referência obrigatória do folclore sulino. Foi um dos fundadores da Estância da Poesia Crioula, grupo de poetas tradicionalistas que se reuniu no final dos anos 50. Entre 1959 e 63 dirigiu a Biblioteca Pública do Estado. Estreou em livro com Galpão de estância, 1954. A partir de então cerca de uma dúzia de títulos, até o derradeiro, de 1990, a encerrar uma bibliografia à qual ainda há inéditos e esparsos a se somar.
Sinopse
O gaúcho é figura mítica poucas vezes tão bem representada como na poesia de Jayme Caetano Braun (1924-1999). Em De fogão em fogão o payador, repentista, em rigorosos versos metrificados em sete sílabas, rimados, sugestivos, canta para nós, numa poesia de natureza popular mas de acabamento raro, o cenário do extremo sul do Brasil, seu habitante nativo, seus costumes, suas ferramentas, suas armas, seus amigos e inimigos. Trata-se, este livro, de uma síntese evocativa de um mundo entre o bárbaro e o lírico.
CD De fogão em fogão – 13 faixas
- Apresentação projeto
- De fogão em fogão
- Hospitalidade
- Missioneiro
- China
- Canha
- Tio Anastácio
- Medicina campeira
- Ruína Missioneira
- Vento xucro
- Jogo do osso
- Amor de China
- Meu verso