Em boa hora se retoma a publicação de obra das mais importantes do maior payador entre nós, aquele que soube como ninguém beber na vertente de um Atahualpa Yupanqui (chileno), apenas que afeito tanto ao verso escrito quanto musicado – Jayme gravou sete discos com recitais, mídia sob medida para sua poesia de formato essencialmente popular.
Brasil Grande do Sul é um dos mais importantes livros lançados pelo poeta, a partir de 1954, ano da estreia, a 1990, quando Jayme dependura, não as chuteiras, mas as alpercatas.
A obra de Jayme Caetano Braun traz no seu íntimo um indisfarçável orgulho de suas raízes somado a elementos de uma simplicidade cotidiana. Sobretudo Brasil Grande do Sul, a súmula na qual cabe tudo o que gira em torno do gaúcho, esta figura emblemática, muitas vezes heroicizada, mas que nestes versos que redesenham seu território, o espaço de convivência de sobretudo um tipo humaníssimo, tão resistente quanto o nordestino que Euclides da Cunha descreveu em Os Sertões.
Sobre o Autor: Jayme Caetano Braun nasceu em 30/01/1924, em Timbaúva, à época distrito de São Luís Gonzaga (hoje Bossoroca). Falecido em Porto Alegre, a 8/07/1999. Poeta e radialista, autor de inúmeros clássicos da poesia popular gaúcha, tornou-se, mais que um nome, referência obrigatória do folclore sulino. Foi um dos fundadores da Estância da Poesia Crioula, grupo de poetas tradicionalistas que se reuniu no final dos anos 50. Entre 1959 e 63 dirigiu a Biblioteca Pública do Estado. Estreou em livro com Galpão de estância, 1954. A partir de então cerca de uma dúzia de títulos, até o derradeiro, de 1990, a encerrar uma bibliografia à qual ainda há inéditos e esparsos a se somar.
Quarta capa – Sinopse
Mais que um belo lance de oportunidade editorial (a rara presença de obras do payador em nossas estantes é de fato uma lacuna incompreensível para a necessária identidade do Estado e do País), esta edição especial, preparada com esmero, de Brasil Grande do Sul, representa uma homenagem no mínimo obrigatória a quem amou sua aldeia e dela não arredou-se um verso sequer. O limite de sua poesia é também seu alcance. Ela se compraz em ser local, regional, satisfaz-se em parir versos como num eco dolorido de quem destila suas mágoas preocupado apenas com a escancarada fidelidade à aldeia que deveria ser universal. Jayme Caetano Braun não arreda pé de seu pago.
CD Brasil Grande do Sul – 12 faixas
- Missioneiros
- Gaúchos e marinheiros
- Século e meio depois
- Do tempo
- Charla de mateador
- Origens
- Cuia
- Natal Galponeiro
- Rascunho
- Piazedo
- Momento sério
- Paisagens do “Açude grande”, Fio dental