
A Revolução dos Ventos:
Seis famílias receberam a missão de ocupar uma grande extensão de campo no Pampa gaúcho que depois viria a se chamar Cerro Chato, em Sant’Ana do Livramento, a fim de povoar e defender o território brasileiro contra os invasores estrangeiros, no caso, uruguaios e argentinos. São elas: Avila, Moreira, Trindade, Ribeiro, Fernandes e Correa de Paiva.
Se no século XIX Livramento teve um papel fundamental na estratégia de defesa do território brasileiro, 200 anos depois a região, mais uma vez, se torna uma espécie de símbolo da resistência. Desta vez, o tinir das espadas e o tropel dos cavalos que marcaram a história do Cerro Chato cedem lugar a imensos geradores de energia eólica que representam uma nova matriz econômica para a região.

Mulheres do Rio Grande do Sul – Diversidade:
A história e o cotidiano das mulheres vêm sendo resgatados de forma significativa nas últimas quatro décadas, com a colaboração do movimento feminista e de estudiosas/os que situam as questões de gênero no centro de suas reflexões. Ainda assim, faltam muitas referências à contribuição feminina no processo de formação da sociedade brasileira. Carecemos da mesma lacuna em relação àquelas que habitam e habitaram o atual estado do Rio Grande do Sul. Daí a pertinência de dar visibilidade e voz a essas mulheres, em específico, às ameríndias, espanholas, ciganas, luso-açorianas e afro-gaúchas.
Indubitavelmente, o mosaico étnico e cultural forjado por estas e outras etnias representa uma das maiores riquezas da sociedade rio-grandense. Sua população foi gerada por mulheres indígenas, escravas africanas e imigrantes como a portuguesa, a espanhola e a cigana, vindas de outras partes do mundo para construir a nossa sociedade. São índias, brancas e negras que, de maneira diversa, prepararam o caminho para que mulheres e homens das novas gerações pudessem usufruir de condições de vida melhores e mais igualitárias.
Por esse prisma, a variedade de estudos ora apresentada constitui-se em esforço singular no tratamento da diversidade das questões de gênero por meio de um levantamento de informações e depoimentos criterioso e original. Ademais, desvela aspectos nem sempre evidenciados da memória social e cultural pelo registro de modos de vida e concepções de mundo. Contudo, a força das mulheres aqui retratada não tem a pretensão de esgotar o assunto, antes requer novas incursões a estas e outras referências femininas hoje ainda silenciadas em cenários locais e regionais.
Afinal, as distintas investigações desenvolvidas neste livro, ao problematizarem o fenômeno da diversidade cultural e da etnicidade, pela ótica de gênero, são um convite para a leitora e o leitor interessados em entender como foi forjada a cultura rio-grandense e em resgatar a participação das mulheres no contexto da sociedade gaúcha.

Box – Jayme Caetano Braum:
Poemas que fazem uma espécie de levantamento de todos os elementos que constituem o homem do campo, seja para sua lida nos afazeres campeiros, seja para sua convivência, sua integração no contexto ao qual está ligado, raiz de sua alma. Contém introdução crítica e biografia do autor com cronologia de sua obra.
Poemas que mostram como a alma genuinamente ligada à terra onde brotou para a vida fazem do gaúcho um brasileiro-símbolo, um cidadão talhado para viver seu Estado como a pátria da pátria, a terra que, mais que região, muito além de uma periferia típica das unidades de uma federação, é uma nação em si, território onde o Brasil não pode ser compreendido apenas como um pedaço de si mesmo. Contém introdução crítica e biografia do autor com cronologia de sua obra.